Divisão de palanques não é bem vista por integrantes da Rede Sustentabilidade e algumas lideranças do próprio PSB
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e o senador Aécio Neves (PSDB) podem dividir palanques em até 15 estados na campanha presidencial do ano que vem, segundo o presidente do PSB de São Paulo, Márcio França, um dos articuladores da campanha do pernambucano.
A divisão de palanques não é bem vista por integrantes da Rede Sustentabilidade e algumas lideranças do próprio PSB.
França citou rapidamente, de cabeça, dez unidades da federação onde o PSB e PSDB devem caminhar juntos em 2014: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Alagoas, Piaui, Amazonas, Tocantins, Pará e Pernambuco. "Tem mais", garantiu ele.
Em vários destes Estados como Pernambuco e Piauí, os tucanos apoiariam candidatos socialistas a governador. Na maioria, porém, as chapas seriam encabeçadas pelo PSDB.
O deputado Julio Delgado, presidente do PSB em Minas Gerais, levantou a possibilidade de tucanos e socialistas costurarem um pacote de palanques comuns. "Não adianta colocar isso só para Minas Gerais. Essa máxima se repete em vários Estados como Pernambuco, Paraná, São Paulo, Pará e outros. Podemos discutir uma série de palanques em conjunto para Eduardo e Aécio", afirmou.
Além das parcerias com o PSDB, o PSB deve estar ao lado do PT em pelo menos outros quatro Estados: Acre, Amapá, Espírito Santo e Sergipe. Na semana passada, o senador Lindberg Farias (PT-RJ), pré-candidato do PT ao governo do Rio de Janeiro, acenou com a possibilidade de abrigar Campos e Marina em seu palanque.
A adoção de palanques em comum, seja com Aécio seja com a petista Dilma Rousseff, contraria integrantes da rede Sustentabilidade e do próprio PSB. "É muito estranho. Não consigo entender. Isso deseduca e desinforma politicamente", disse a deputada Luiza Erundina (PSB-SP).
Para Pedro Ivo, organizador da Comissão Nacional Provisória da Rede e responsável por negociar com o PSB as alianças estaduais, a divisão de palanques deveria ser uma exceção e não a regra. "O melhor seria termos representações próprias do projeto nacional nos Estados. Pode haver exceção, mas não pode ser a regra geral", afirmou.
O deputado Walter Feldman, da Rede, levantou outro empecilho. Segundo ele, a adoção de palanques dupla pode prejudicar o discurso de aliança programática já que o programa do PSB/Rede vai contra as políticas adotadas por PT e PSDB. "Em princípio, dividir palanques tem uma condicionante insolúvel que é a questão programática", disse Feldman.
Márcio França lembrou que Campos e Aécio já haviam feito um pré-acordo para à divisão de palanques estadual antes de Marina de filiar ao PSB. "Eles deram aquele 'ok' lá atrás e o pessoal correu para se arranjar nos Estados", disse o presidente do PSB paulista.
Campos evitou comentar o assunto. Segundo ele, a ideia é primeiro definir as linhas gerais do programa para só então partir para a estratégia eleitoral.
O vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, um dos homens mais próximos do governador pernambucano, defendeu as alianças estaduais com partidos que também tenham candidatos a presidente. "Vamos fazer o que for preciso. Teremos candidatura própria onde for possível. Onde não for vamos fazer acordos e administrar palanques", disse Amaral.
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