O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse nesta segunda-feira que as recentes pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, que colocam a presidente Dilma Rousseff num patamar de 40 por cento da preferência do eleitorado, apontam que "mais de 60 por cento" da população não querem dar um segundo mandato a ela.
O senador, que é presidente do PSDB e provável candidato do partido ao Palácio do Planalto no ano que vem, voltou a dizer que a definição sobre a candidatura tucana à Presidência deve ser tomada no início de 2014 e centrou fogo nas críticas à política econômica de Dilma.
"O fato consistente nessa pesquisa é um só. Mais de 60 por cento da população não quer dar um segundo mandato à presidente da República. Todas elas mostram a mesma coisa", disse Aécio a jornalistas em Uberlândia (MG), onde participou do encontro "Conversa com os Mineiros", organizado pelo PSDB.
"O sentimento que acho que vai reger essas eleições é de mudança. E ninguém vai estar em melhores condições que o PSDB --pela estrutura que tem, pelos governos exitosos que tem, a começar pelo de Minas Gerais-- para fazer esse enfrentamento", acrescentou.
Pesquisa Ibope divulgada na última quinta-feira mostrou Dilma com intenção de voto na casa de 40 por cento em todos os quatro cenários pesquisados.
Naquele que é considerado o mais provável, em que os adversários da presidente seriam Aécio e o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, ela tem 41 por cento das intenções de voto, contra 14 por cento do tucano e 10 por cento do socialista.
A pesquisa também apontou vitória de Dilma no primeiro turno nos quatro cenários, embora o percentual de indecisos e de eleitores que declararam voto branco ou nulo ainda seja elevado.
PLENO EMPREGO DE DOIS SALÁRIOS MÍNIMOS
Aécio, que pode enfrentar a concorrência interna do ex-governador de São Paulo José Serra para ser o candidato tucano à Presidência, voltou a dizer que o partido está unido e que ainda é cedo para definir a candidatura ao Planalto.
"Acho que no início do ano que vem teremos o clima adequado para a definição de quem deverá empunhar essas bandeiras", disse.
O senador criticou a política econômica de Dilma e, ao lembrar que esteve recentemente em Nova York para uma palestra a investidores, avaliou que a visão do Brasil lá fora é "de enorme pessimismo".
"Exatamente pelo intervencionismo do governo, pela flexibilização da condução da política econômica. Por isso eu acho que ano que vem é a hora de nós encerrarmos esse ciclo e iniciarmos um outro no Brasil", defendeu.
"O Brasil não pode crescer eternamente como o país do pleno emprego de dois salários mínimos. Nós queremos qualificar o emprego, fortalecer a nossa indústria", acrescentou.
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