Enquanto a presidente Dilma Rousseff intensifica as viagens por Minas Gerais, terra do seu provável adversário na disputa pela Presidência, o senador Aécio Neves (PSDB), o tucano contra-ataca no quesito marcação de território. Aécio investe em visitas onde é menos conhecido, como no Nordeste, e no Estado em que enfrenta a ameaça interna do partido, como no caso de São Paulo, onde José Serra não esconde o sonho de subir ao Palácio do Planalto.
Neste segundo semestre, a petista se deslocou seis vezes para Minas. Já Aécio cumpriu oito agendas públicas no Estado paulista. Os compromissos foram dos mais variados. De festa do peão e visita ao Hospital do Câncer, em Barretos, a encontro com lideranças em São José do Rio Preto e na capital.
Ontem, o mineiro fez uma palestra no encerramento do 7º Congresso de Prefeitos do Noroeste Paulista, em Olímpia. Serra participou da abertura do mesmo evento, dois dias antes, de forma inesperada. Hoje, o senador se encontra com lideranças em Presidente Prudente e ainda visita uma lanchonete.
Além de se cacifar no partido, as viagens são uma forma de torná-lo mais conhecido nos locais em que ainda não tem tanta popularidade. No mesmo período, o senador visitou o Nordeste em quatro ocasiões, em uma delas esteve com o outro candidato à Presidência, Eduardo Campos, em Recife.
Em Minas, seu Estado de origem, Aécio esteve por duas vezes: para empossar Pimenta da Veiga como presidente do Instituto Teotônio Vilela, em Belo Horizonte, e para a entrega da Medalha JK, em Diamantina.
A preferência do presidente do PSDB por São Paulo foi escancarada nesta semana, quando ele abriu mão de participar do 2º Encontro Nacional do PSDB Sindical, realizado na região metropolitana de Belo Horizonte, para visitar o interior paulista. Na avaliação de lideranças do partido, o evento era de suma importância dentro da proposta da sigla de se aproximar das centrais sindicais, historicamente mais próximas dos petistas.
O presidente da legenda em Minas, deputado federal Marcus Pestana, garante que a disputa interna já foi superada. “Ninguém vira presidente sem São Paulo, pelo apelo político, econômico e eleitoral do Estado”, disse. Ele reconhece que a prioridade do campanha é São Paulo e o Nordeste.
Segundo Pestana, a razão das viagens é alavancar a popularidade. “Aécio é conhecido por 50% da população. Precisa trabalhar no país inteiro. Ele nunca frequentou o noticiário nacional, o que vai acontecer na campanha com as inserções na televisão, que são o mais importante”, avaliou.
O deputado federal Mendes Thame, que foi indicado por Serra para a secretaria-geral do partido, também nega a relação da movimentação com o fator Serra. “Não é uma ação reativa, mas pro-ativa, no sentido de fortalecer o partido para 2014 no maior colégio eleitoral do Brasil, com 32 milhões de eleitores”, afirmou.
Segundo Mendes Thame, até o fim do ano outras viagens a São Paulo deverão acontecer. “A partir de janeiro, Aécio passará a visitar os locais em que temos mais dificuldade como o Nordeste, o Rio de Janeiro e o Distrito Federal”, afirmou.
Os destinos
As viagens do senador para demarcar território:
São Paulo: oito visitas, incluindo Presidente Prudente, Barretos, São José do Rio Preto, São Paulo, Olímpia.
Nordeste: nas quatro visitas que fez à região esteve em Recife, Salvador, Juazeiro do Norte e Maceió.
Minas: visitas a Belo Horizonte e Diamantina.
Sul: o senador ainda esteve uma vez em Florianópolis e outra em Curitiba.
Futuras investidas: a partir de Janeiro, o foco será o Nordeste, Rio e Brasília.
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