O deputado estadual Luiz Castro (PPS) apresentou, hoje, o parecer técnico da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Amazonas que aponta inúmeras incoerências na análise feita pelo IPAAM, sobre o EIA/RIMA elaborado pela empresa Lajes Logística para a construção do Porto das Lajes. Em coletiva de imprensa, o parlamentar defendeu o tombamento do Encontro das Águas e do Sítio Geológico Ponta das Lajes como patrimônio natural da humanidade.
“Nós sabemos que Manaus precisa de um porto com logística adequada, mas a região próxima ao Encontro das Águas não é o local mais propício para a construção”, declarou Castro, alertando que o movimento de grandes embarcações poderá degradar o ecossistema na confluência dos rios Negro e Solimões. Ele defendeu a contratação de uma consultoria independente para realizar um estudo de toda a orla de Manaus, com o objetivo de buscar locais alternativos para a instalação do novo porto.
Castro também destacou que, após audiência pública realizada em novembro do ano passado, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) solicitou a inclusão de 62 itens complementares no EIA/RIMA, mas, de forma contraditória, a empresa Lajes Logística elaborou um novo Estudo de Impacto Ambiental. “O fato é que técnicos da Comissão de Meio Ambiente detectaram inúmeras falhas no EIA/RIMA apresentado. Dentre elas, a ausência de estudos sobre os impactos para a atividade pesqueira local e de medidas preventivas para coibir o descarte de óleo nos rios”, disse.
Para o presidente da Associação de Moradores da Colônia Antônio Aleixo, Isaque Dantas, a construção do Porto das Lajes vai diminuir a qualidade de vida das comunidades locais. “Além de poluir nossos rios e provocar o assoreamento e morte do Lago do Aleixo, o Porto das Lajes não vai gerar empregos representativos, já que toda a atividade portuária será mecanizada”, observou.
Militantes do Movimento S.O.S. Encontro das Águas, como o coordenador de Direitos Humanos da Arquidiocese de Manaus, padre Guillermo Carmona; o professor Nena Barreto, da UFAM; e a pesquisadora Elisa Barreto, da Embrapa; também estiveram presentes na coletiva de imprensa.
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