quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Wallace pede que a Aleam acompanhe investigações



O deputado Wallace Souza (PP) fez um apelo, hoje (12), para que a Assembleia Legislativa do Amazonas acompanhe o final das investigações realizadas pela força-tarefa. Wallace, que é acusado pela Polícia e Ministério Público Estadual de comandar uma suposta organização criminosa comandada por ele e seu filho Raphael Souza, foi à tribuna pela primeira vez, desde que voltou de São Paulo, onde passou por exames médicos.

“Sou cristão e tenho fé enorme, mas se Cristo voltasse a ser crucificado, o culpado seria o deputado Wallace Souza”, falou da tribuna o parlamentar.

Em tom de desabafo, o deputado disse que mais uma vez, para sua surpresa, no desenrolar de oito meses de apuração de força-tarefa de uma suposta organização criminosa, prendem um ex-funcionário da PM que trabalhou há cinco anos para ele.

“Esse pobre rapaz, preso dentro de seu trabalho atual, convocado pela Secretaria de Segurança Pública para dar depoimento, e como o depoimento não foi da forma como queriam, com alguma acusação contra o deputado Wallace e seu filho, está recolhido a uma cadeia pública”, afirmou. “É mais uma pessoa que não tem nada a falar contra mim, a não ser dizer que eu fui uma pessoa que sempre o ajudei durante o tempo que esteve trabalhando comigo”, disse.

Wallace afirmou também que um promotor (sem citar nomes), diz ter denúncias contundentes contra o deputado Wallace.

“Os senhores (se dirigindo aos deputados) que vão me julgar, depois da Comissão de Ética, peçam as provas contundentes da força-tarefa. Há oito meses, e sabe-se que o inquérito policial tem que ser concluído em 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias e, infelizmente, a força-tarefa quer continuar usando sua força de coação, fazer com que as pessoas falem o que não sabem, para poder justamente influenciar numa decisão desta casa”, disse.

Ainda segundo Wallace, ontem, prenderam o subtenente da PM, Eli Maia. “Não fui eu quem coloquei o subtentrente no município, não fui eu quem coloquei o subtemente na Policia Militar. Aí a imprensa coloca, ‘Preso PM suspeito de fazer parte do grupo de Wallace’. O grupo de Wallace era formado por funcionários públicos, policiais militares, lotados no gabinete desta Casa Militar, com aquiescência do secretario de Segurança Pública”, disse.

Wallace explicou que quando se sentiu ameaçado de morte, tanto ele quanto o filho, pediu proteção para sua minha família. Garantiu que recorreu às pessoas certas, ao secretário de segurança. De lá veio o parecer favorável para que os policiais continuassem trabalhando na Casa Militar da Aleam.

“Eu entendo que se colocam policiais no Departamento de Inteligência da Polícia Militar, o critério é que essas pessoas trabalhem, que não tenham nada que desabone a conduta delas, pelo menos eu esperava que era esse o critério adotado tanto pelo comando da PM à época, quanto pelo secretário de segurança. Se houve qualquer prática de delito lá atrás, não cabe nenhum tipo de culpa ao deputado Wallace.

Se essas pessoas estavam ou estariam, segundo a força-tarefa, envolvidas em qualquer prática de crime, o culpado não foi Wallace, o culpado foram seus superiores, seus comandantes, o secretário de segurança, que não os puniu como devia”, desabafou o parlamentar. Segundo ele, é esse o entendimento que tenta passar na Casa Legislativa há muito tempo.

“Nenhuma das pessoas que esteve ao meu lado praticou nenhum tipo de delito. Por isso estão presas, porque não baixaram a cabeça para a delação premiada”, disse ele.

Wallace criticou também a liberação de André (André Luiz Lopes Fernandes de Souza, um dos quatro presos em flagrante na "Operação Moa).

“A polícia prende em flagrante delito, e as tvs mostraram o cidadão André algemado na Delegacia Delegacia Geral, e o que se vê hoje é quem poderia ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional, liberado por um hábeas corpus porque colaborou com a polícia.

Onde fica a lei?”, questionou o deputado, afirmando que ele foi liberado porque disse alguma coisa que pudesse comprometer o deputado Wallace.

Lembrou o deputado que os crimes de pistolagem, “atribuídos ao deputado Wallace”, continuam ocorrendo na cidade.

“Só ontem, foram quatro mortes”, disse, lembrando que por causa dessas denúncias, no Fantástico e em um canal da televisão argentina, já é conhecido internacionalmente.

Reafirmando sua inocência, Wallace Souza, disse que é preciso que a Casa se debruce sobre essas acusações. “Sou um pai de família que nunca desabonou sua conduta no parlamento.

Foi corregedor, ouvidor, secretario geral, não fiz inimigos em decorrência de minha índole. Trabalhei a vida toda para salvar vidas, de pais de famílias”, destacou ele, assegurando que a intenção da força-tarefa não é cassar o deputado, mas prender e matá-lo na cadeia.

Segundo Wallace, quando quiseram (a polícia) fazer as acusações, colocaram o deputado Edílson Gurgel (ouvidor à época) para ouvir os depoimentos.

“E por que, agora, no desenrolar das investigações não colocar alguém imparcial para acompanhar as investigações?”, questionou. Disse ainda que ficou calado por muito tempo, mas agora vai responder a todas as acusações levianas. “Se a polícia tem provas contundentes, que mostre as provas à Comissão de Ética e eu vou evitar o desgaste dos colegas”, disse.

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