Trechos da entrevista de Carlos Augusto Montenegro à revista Veja.
1. O PT deu um passo a mais na direção de seu fim. Passou vinte anos dizendo que era sério, que era ético... O mensalão minou toda sua história. Ali acabou o diferencial. Ali acabou o charme. Todas as suas lideranças foram destruídas. Eu não diria que o partido está extinto, mas está caminhando para isso.
2. PMDB é um projeto de poder de Lula. O desempenho eleitoral do PT depois do mensalão foi um vexame. Em 2006, com exceção da Bahia, o partido só venceu em estados inexpressivos. Nas eleições municipais de 2008, entre as 100 maiores cidades, perdeu em quase todas. Mas tudo indica que agora ele não fará o sucessor justamente por causa da mesmice na qual o PT mergulhou.
3. Lula se empenhou em criar um candidato, que é a Dilma Rousseff. Mas isso ocorreu de maneira muito artificial. Ela nunca disputou uma eleição, não tem carisma, jogo de cintura nem simpatia. "Mãe do PAC", convenhamos, não é sequer uma boa sacada. As pessoas não entendem o que isso significa. Era melhor ter chamado a Dilma de "filha do Lula".
4. 15% a 20%, talvez seja o teto dela. A transferência de votos ocorre apenas no eleitorado mais humilde. Mas isso não vai decidir a eleição. Faltando um ano para as eleições, Serra, lidera as pesquisas com cerca de 40% das intenções de voto. Ele pode cair? Pode. Mas pode subir também. A Marina é a pessoa cuja história pessoal mais se assemelha à do Lula. Ela dificilmente ganha a eleição, mas tem força para mudar o cenário político. Ser mulher, carismática e petista histórica é sem dúvida mais um golpe na candidatura de Dilma.
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