Num longo pronunciamento hoje (24) na Câmara Municipal, o vereador Marcelo Ramos (sem partido) falou sobre o processo interno a que responde no PCdoB (Partido Comunista do Brasil), do qual se desligou há alguns dias. Citando as acusações que o partido lhe imputa, Marcelo revelou que durante o tempo em que exerceu cargo da prefeitura foi obrigado a destinar 60% dos seus vencimentos ao partido, assim como, enquanto vereador foi instado a destinar o total da verba de gabinete para militantes que não trabalhavam na CMM.
Uma das acusações contra Marcelo é de descumprimento de decisão do PCdoB pelo seu afastamento do cargo de presidente do IMTU. Segundo o parlamentar, o afastamento se deu no dia e hora acertados com a executiva nacional do partido.
Outra acusação seria de tentativa de inviabilizar a formação de chapa de vereadores do partido, propondo renúncia coletiva dos candidatos quando o PCdoB decidiu se coligar com o PMDB e apoiar a candidatura do vice-governador Omar Aziz à prefeitura. "Na ocasião, dei entrevista pública sobre o assunto e disse que se o PCdoB coligasse formalmente, eu não seria candidato a vereador, e não seria porque não sou cara de pau, não passaria dois anos apoiando um governo e na eleição passaria a ser oposição", afirmou.
De acordo com o parlamentar, os dois fatos foram anteriores à convenção partidária que o aprovou como candidato por unanimidade. "Dizem que proferi acusações, calúnias e ataques aos dirigentes do partido, mas nenhum deles representou contra mim. Eu disse que eles traíram o ideário do partido e traíram mesmo, mas não há notícia de crime, nem há noticia de que o debate interno fuja da orientação do partido", informou, acrescentando que não se calou nem se acovardou "porque a atitude do verdadeiro militante é travar debate dentro do partido".
Marcelo Ramos revelou que quando foi subsecretário de Esportes, no primeiro ano do prefeito Serafim Corrêa, 60% do seu salário eram repassados direto da sua conta ao PCdoB, "porque o PCB decidiu que ninguém poderia receber mais do que a vereadora Lúcia Antony". Além disso, ainda segundo Marcelo, todos os militantes nomeados para cargos públicos eram obrigados a assinar um documento autorizando desconto em folha, de 30% a 60%, em favor do partido.
Durante seu primeiro mandato de vereador, a verba de gabinete no valor de R$ 18 mil era para 18 pessoas indicadas pelo partido, que não iriam trabalhar na CMM porque o dinheiro seria para o partido. Marcelo contou que discordou porque não acha correto pagar com dinheiro da CMM pessoas que não trabalham no Legislativo. "Dizem que ofereci vantagens a militantes do partido, inclusive ao Marcos Moura, que era candidato a vereador em Parintins, e à Luciana Fontes, que era candidata em Manaus e minha concorrente, a qual nega que tenha falado isso ao PCdoB. Por fim, dizem que fiz parte de comissão de vereadores que denunciou estudantes à polícia no episódio em que eles invadiram a Câmara, quebraram o patrimônio e atingiram vereadores", relatou.
Encerrando, Marcelo Ramos disse que o processo que o PCdoB promete exibir dia 29 contra ele é "uma presepada". Ele aconselhou os dirigentes da sigla a terem juízo, já que não podem julgá-lo na forma do estatuto do partido porque não é mais do PCdoB. O parlamentar adiantou que está interpelando judicialmente e ajuizando ações de danos morais, calúnia e difamação contra cada um dos que lhe fizeram acusações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário