A polêmica sobre a construção do Porto das Lajes na área do Encontro das Águas aflorou nesta sexta-feira, 14, durante a audiência pública na Câmara Municipal para debater o estudo "Impacto virtuoso do Pólo Industrial de Manaus sobre a proteção da Floresta Amazônica: discurso ou fato?". A possibilidade de degradação da área pelo projeto.
O representante e diretor da Fieam, Flávio Dutra, argumentou que há uma necessidade efetiva de novos portos, porque esta é uma questão de infra-estrutura que o crescimento da cidade de Manaus não pode prescindir. "Impacto ambiental, qualquer atividade econômica provoca, por isso é necessário se pensar em soluções para minimizar esses impactos", disse.
Ele questionou o fato de que o poder dispõe cada vez de menos recursos para infra-estrutura e o projeto das Lajes é totalmente financiado pela iniciativa privada. "É uma coisa bem vinda e necessária. Só lamentamos que quando a iniciativa privada se dispõe a fazer um investimento desses, encontra tanta dificuldade para realizar o projeto. A cidade de Manaus necessita ter mais alternativas, pois isso é que vai consolidar a atividade econômica e melhorar a competitividade da produção".
Um dos autores e coordenador do estudo junto à Suframa, o professor José Alberto da Costa Machado lembrou que um dos maiores custos do PIM é a logística, daí a importância de um grande porto dentro da área do Distrito Industrial. Sobre a questão ambiental, ele informou que o coordenador do estudo de impacto ambiental do empreendimento "é o mesmo coordenador desse estudo, o professor Alexandre Rivas, que também coordenou o estudo de impacto ambiental do gasoduto Coari-Manaus, está coordenando o estudo da BR-319, e é consultor de estudos de impactos ambientais em toda a América do Sul".
Os vereadores Marcelo Ramos (sem partido) e Elias Emanuel (PSB) também abordaram a questão do novo porto. Marcelo colocou a construção do terminal portuário como uma das condições estruturantes para o desenvolvimento do PIM e Elias disse que a discussão, na verdade, está colocando uma cortina de fumaça na questão, uma vez que o próprio Plano Diretor atual determina como área para a construção de projetos portuários a faixa da orla do rio Negro que vai da Vila Buriti ao Puraquequara.
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