sexta-feira, 6 de maio de 2011

Um escândalo de R$ 90 milhões


A Prefeitura de Manaus está conduzindo um processo que tira do Sindicato das Empresas de Ônibus (Sinetran) o controle da bilhetagem eletrônica - o chamado passe livre - e o coloca nas mãos de uma empresa terceirizada pelo próprio Executivo. Não se trata simplesmente de trocar o seis por meia dúzia. Está espalhada na cidade a versão de que a movimentação de cerca de R$ 90 milhões passaria às mãos de Caim, o filho de Adão. Mais um, e o maior, escândalo da atual administração.
A pressa em aprovar este projeto é tão grande que a Prefeitura publicou um decreto autorizando o lançamento do edital, antes mesmo que a Câmara Municipal aprovasse o Projeto de Lei. E os líderes do prefeito no Legislativo foram autorizados a recompor a maioria tão somente para garantir a aprovação da matéria.
Não há óbices adminisrativos para que a Câmara aprove o projeto. O problema não está nos vereadores. A recomposição da maioria é simplesmente para forçar que o presidente Isaac Tayah, sabedor da manobra, coloque logo a matéria em pauta.
O problema está nos arredores. A bilhetagem é aquela maquininha instalada nos ônibus, que contabiliza os vales-transportes e o passe estudantil.  Constitui o maior volume arrecadado pelas empresas de ônibus. Até hoje as próprias empresas controlavam este fundo. Agora a Prefeitura está tomando o controle e vai repassá-lo a um protegidíssimo do Poder.
Dizem que a operação garante certa aposentadoria. De qualquer forma, vale a pena a sociedade, o Ministério Público e a Justiça ficarem atentos. É o maior escândalo da história recente da municipalidade.
Pior para a cidade: os bancos, diante da nova realidade, estão temerosos de financiar os novos ônibus, porque desconfiam que a empresa administradora do sistema não pagará corretamente os empresários do transporte coletivo.
Fonte: http://www.blogdohiellevy.com.br/

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