MANAUS- O desejo de recuperação do segmento de duas rodas está mais longe de se realizar este ano. O presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Marcos Fermanian, afirmou, durante evento da fabricante Moto Honda, ontem (23), que o desempenho do setor foi reavaliado e pode terminar o ano com queda de até 6% nas áreas de produção e vendas no atacado e de até 7% nas vendas de varejo. A estimativa anterior apontava queda de 5%.
O dirigente disse que outubro – mês que marca o início do último trimestre, considerado o período mais forte do ano para a produção de motocicletas no Polo Industrial de Manaus (PIM) – apresentou números de produção e venda abaixo das expectativas. Ele destacou que, no acumulado do ano, o setor já registra queda de 9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo Fermanian, os fabricantes não esperavam recuperar as perdas e ultrapassar o resultado do ano passado (1,7 milhões de motos produzidas), mas minimizar a diferença com o último trimestre, igualando os números.
“É uma situação inesperada, sobretudo porque outubro marcou a época de lançamentos dos novos modelos de motocicletas que deveriam estimular as vendas, o que ainda não ocorreu. Agora, já calculamos a redução de até 6%, com 1,6 milhões de motos produzidas”, ressaltou.
A expectativa, conforme detalhou o dirigente, é de que novembro traga “ventos melhores” para o setor. “Esperamos que a injeção das duas parcelas do décimo terceiro salário e a chegada do verão, além dos novos modelos de motos no mercado, impulsionem as vendas e consequentemente a produção nas fábricas”, projetou.
Com a produção desaquecida, o presidente informou ser difícil desenhar o planejamento para o próximo ano. Segundo ele, os planos estão no compasso de espera em função do desempenho deste último trimestre.
O presidente da Moto Honda da Amazônia, Issao Mizoguchi, concordou com a retração prevista pelo órgão e disse que para driblar a crise a empresa está mudando a estratégia. “Mesmo com a Copa, 2014 deve ser um ano parecido com 2013 e por isso mudamos as apostas”, observou.
A alternativa, segundo Mizoguchi, é aumentar gradualmente a participação das vendas por meio de consórcio dos atuais 35% para 50% do total comercializado pela fabricante japonesa. As vendas por financiamento bancário devem ser mantidas em um patamar de 30%.
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