Amazonas lidera ranking de mortes de homossexuais no Norte do país

MANAUS - O Amazonas assegura o primeiro lugar no ranking entre os estados da Região Norte com o maior número de homossexuais assassinados neste ano. Foram cinco assassinatos no total, conforme levantamento do Fórum Amazonense LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais). Além disso, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos (SDH) realizou uma pesquisa apontando que houve 57 denúncias de violência contra LGBT´s em 2012, o que representa um aumento de 338,4% em relação ao ano anterior, quando ocorreram 13 denúncias via Disque 100. Em nível nacional, foram assassinados 338 homossexuais no ano passado, contra 228 em 2011.  Também em 2012 houve 6,8 mil casos de violações aos direitos dos LGBT’s.

“Alguns desses casos (no Amazonas) ainda estão sob investigação, mas o que mais nos chama a atenção são os requintes de crueldade com que essas pessoas são assassinadas. A homofobia quando chega no estágio do assassinato é porque já passou por todos as instâncias da violência”, declarou a coordenadora do Fórum Amazonense LGBT, Sebastiana Silva. 

Para combater a homofobia, foi lançado, nesta segunda-feira (29), no Amazonas, o Comitê de Enfrentamento à Homofobia. O evento foi realizado na sede da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Amazonas (OAB/AM) e teve a presença da coordenadora de Promoção dos Direitos LGBT da SDH, Symmy Larrat, do presidente da OAB-AM, Alberto Simonetti, da coordenadora do Fórum Amazonense LGBT, Sebastiana Silva e outras autoridades. 

“Os comitês são ferramentas essenciais de acompanhamento e fiscalização em todos os Estados e municípios. São os comitês que vão estimular a criação de conselhos e coordenadorias que atuem nesta causa”, observou Symmy Larrat.  

A dirigente ressaltou que, em muitas ocasiões, o homossexual é tido como o “culpado” durante o registro da agressão. “O LGBT já entra na delegacia com o olhar de culpado, como se tivesse provocado alguma violência. Por isso, haverá Centros de Promoção e Defesa articulados pelos comitês, com estrutura física, equipe jurídica e psicossocial para acolher esta vítima”, acrescentou. 

De acordo com o presidente da OAB/AM, Alberto Simonetti, a luta pelos direitos dos LGBT’s é algo muito satisfatório para a entidade, que criou a Comissão de Diversidade Sexual da OAB/AM. “O movimento pode contar com a OAB-AM na luta contra a homofobia, a violência e o preconceito em todas as questões envoltas e tratadas pela comissão como um todo”, complementou.