PSB nega ter feito convite ao prefeito Artur Neto

Atualizado às 13:15

A ameaça do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), em abandonar a legenda pode ainda não ter surtido efeito junto ao ninho tucano

A ameaça do prefeito de Manaus, Artur Virgílio (PSDB), em abandonar a legenda caso o tucanato insista em derrubar as vantagens fiscais da Zona Franca da Manaus pode ainda não ter surtido efeito junto ao ninho tucano, mas outros partidos já demonstram interesse em ter o ex-senador engrossando suas fileiras. De acordo com o colunista Ilimar Franco, do Globo, o governador de Pernambuco e potencial candidato à Presidência da República em 2014, Eduardo Campos, já teria convidado o chefe do executivo manauara para se juntar ao PSB. Integrantes da legenda confirmam encontros entre eles mas negam que tenha havido algum tipo de convite ou assédio para que Virgílio abandonasse o PSDB em prol do PSB.

“Virgílio e Eduardo se encontraram há uns quinze dias e discutiram uma série de coisas. Mas não chegou ter nenhuma espécie de convite”, diz o líder do PSB na Câmara Federal, deputado Beto Albuquerque (RS). Segundo ele, que é amigo de Virgílio desde o tempo em que este foi prefeito de Manaus pela primeira vez, na década de 80, o tucano tem se mostrado bastante insatisfeito com o posicionamento do PSDB, e em especial do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em torno da questão da unificação do ICMS, o que tiraria uma das principais vantagens competitivas da Zona Franca de Manaus, resultando, conforme o próprio Virgílio já declarou em outras ocasiões, em perda de investimentos e de postos de trabalho. “Apesar desta insatisfação, não houve nenhum convite para que o Virgílio viesse para o PSB”, diz o parlamentar.

Um outro interlocutor também comenta que este não teria sido o primeiro encontro entre Eduardo e Artur Virgílio. “Eles estiveram juntos uns trintas dias atrás. O Artur Virgílio tem se mostrado favorável a Eduardo, mas não existe discussão no sentido dele se filiar ao PSB”, garante  o interlocutor.

Diante das negativas, permanece o fato de o tucano tem se mostrado cada vez mais insatisfeito com a posição defendida pelo seu partido em torno da questão do ICMS. . “Não vou dar a menor confiança, não tenho tempo a perder com eles se não mostrarem solidariedade neste momento”, disse o prefeito esta semana. Analistas políticos concordam que a saída de Artur implica numa grande perda para um possível candidato a presidência do PSDB. 

No ano passado, ele já havia promovido um rompimento com o governador de São Paulo Geraldo Alckmin por conta de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra os benefícios da ZFM encabeçada pelo paulista. Mas esse não parece ser o verdadeiro motivo da suposta mudança.

Em Manaus, o Partido Socialista Brasileiro, não se manifestou sobre as reuniões que teve Virgílio com o líder da sigla na Câmara Federal.