A notícia de que o governo irá manter o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido sobre veículos leves e caminhões foi comemorada pelas concessionárias e revendedoras de Manaus. A expectativa era de que as vendas, já prejudicadas pela escassez de crédito, caíssem até 5% em abril, podendo passar a 10% em julho, quando ocorreria o segundo aumento de IPI.
Para o gerente de vendas da Garcia Veículos, revendedora autorizada Chevrolet (subsidiária brasileira da americana General Motors), Jorge Almeida, com o recuo do governo as vendas devem subir 10% no próximo trimestre. Ele explicou que, ao contrário da maioria das marcas, a empresa vendeu 18% a mais de carros nos primeiros três meses do deste ano, frente ao mesmo período de 2012. Segundo Almeida, isso aconteceu porque 2012 foi o ano em que a Chevrolet mais lançou modelos novos de automóveis. O “medo” era de que o aumento do IPI freasse o crescimento das vendas previsto pela empresa.
Segundo o Ministério da Fazenda, o Governo Federal decidiu pelo adiar a volta da cobrança de IPI para não diminuir a venda de automóveis ao longo do ano. A medida é para incentivar, não apenas o setor automotivo, mas toda a cadeia automobilística, como a indústria de autopeças, estofamento e acessórios.
Entenda o IPI
A decisão do governo prevê que o IPI sobre automóveis permanecerá com os mesmos valores pelo menos até o dia 31 de dezembro de 2013. Além do aumento no início de abril também estava previsto outro aumento para o início de julho, que levaria a alíquota do IPI à taxa considerada “normal” pelo governo federal. Com a renúncia fiscal, o governo deixará de arrecadar R$ 2,2 bilhões oriundos de IPI, entre abril e dezembro deste ano, em relação ao que estava previsto.
A estratégia de reduzir o IPI sobre os automóveis começou em maio de 2012 e foi prorrogada até janeiro de 2013, quando então voltaria em três etapas de forma gradativa. No entanto, o fraco desempenho das vendas no primeiro trimestre de 2013 motivou a revisão sobre os aumentos previstos. Em nota, o ministro da fazenda, Guido Mantega, justificou a medida. “A indústria automobilística é muito importante para a economia brasileira. Ela representa 25% da produção industrial. Então, para manter a produção industrial crescendo, é importante que a indústria automobilística continue crescendo”.
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