terça-feira, 21 de maio de 2013

Em Manacapuru, casas já estão sendo abandonadas por causa da enchente

MANACAPURU - AM: Algumas das principais ruas do Centro do município de Manacapuru estão alagadas e interditadas para o trânsito de veículos. Um porto que é usado para desembarque de madeira, no bairro da Correnteza, está servindo para escoar o pouco que resta da produção rural. Casas estão sendo abandonadas pelos moradores, em fuga para escapar das águas.

Em meio aos problemas trazidos pela enchente, que ocorre todos os anos, fica evidente a falta de planejamento dos governos. A população do bairro da Liberdade, no auge do sofrimento, pede que sejam construídas pontes de madeira na rua Coronel Madeira, que começou a semana inundada e cheia de lixo. Os moradores encontram dificuldades para ir à feira ou levar os filhos na escola.

No bairro da Correnteza, a comunidade indígena Katixipiri está debaixo d’agua. Os moradores dizem que a Defesa Civil Municipal cadastrou as famílias, mas até agora nenhum socorro chegou. As casas estão quase todas submersas.

“O prefeito Régis prometeu em seu programa de rádio que daria R$ 200,00 de auxilio para alugar um local ou fazer marombas para suspender nosso assoalho, mas é impossível alugar uma casa com R$ 200,00 muito menos fazer marombas. Na cheia do ano passado recebemos R$ 400,00 e a Defesa Civil se prontificou em nos tirar das áreas de risco. 

Caminhões e baús fizeram todo o transporte de nossos pertences, muito antes de nossas casas irem para o fundo”, desabafou Manoel S. Barbosa, morador do local há 19 anos.

Há locais onde pontes e passarelas estão sendo construídas para melhor mobilidade das famílias. A equipe de reportagem conversou com os carpinteiros, na Correnteza. “O difícil não é construir as pontes. Ruim é o perigo que está nessas águas. Além de muito bicho, doenças, água de privada e esgoto, trabalhamos sem proteção. Já pedimos ao encarregado das pontes, o senhor ‘Zé Bico’, que fizesse algo por nós, mas ele disse que tem que ser assim mesmo”, disse um dos trabalhadores.

Trabalhos de casa, como lavar roupa e lavar louça, também são feitos com as águas contaminadas que sobem com a cheia dos rios.

O nível do Solimões subiu bruscamente nas últimas semanas e todos se apegam às notícias de que, nas cidades rio acima, como Tabatinga e São Paulo de Olivença, o movimento das águas já é de descida.

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