Em meio aos problemas trazidos pela enchente, que ocorre todos os anos, fica evidente a falta de planejamento dos governos. A população do bairro da Liberdade, no auge do sofrimento, pede que sejam construídas pontes de madeira na rua Coronel Madeira, que começou a semana inundada e cheia de lixo. Os moradores encontram dificuldades para ir à feira ou levar os filhos na escola.
No bairro da Correnteza, a comunidade indígena Katixipiri está debaixo d’agua. Os moradores dizem que a Defesa Civil Municipal cadastrou as famílias, mas até agora nenhum socorro chegou. As casas estão quase todas submersas.
“O prefeito Régis prometeu em seu programa de rádio que daria R$ 200,00 de auxilio para alugar um local ou fazer marombas para suspender nosso assoalho, mas é impossível alugar uma casa com R$ 200,00 muito menos fazer marombas. Na cheia do ano passado recebemos R$ 400,00 e a Defesa Civil se prontificou em nos tirar das áreas de risco.
Caminhões e baús fizeram todo o transporte de nossos pertences, muito antes de nossas casas irem para o fundo”, desabafou Manoel S. Barbosa, morador do local há 19 anos.
Há locais onde pontes e passarelas estão sendo construídas para melhor mobilidade das famílias. A equipe de reportagem conversou com os carpinteiros, na Correnteza. “O difícil não é construir as pontes. Ruim é o perigo que está nessas águas. Além de muito bicho, doenças, água de privada e esgoto, trabalhamos sem proteção. Já pedimos ao encarregado das pontes, o senhor ‘Zé Bico’, que fizesse algo por nós, mas ele disse que tem que ser assim mesmo”, disse um dos trabalhadores.
Trabalhos de casa, como lavar roupa e lavar louça, também são feitos com as águas contaminadas que sobem com a cheia dos rios.
O nível do Solimões subiu bruscamente nas últimas semanas e todos se apegam às notícias de que, nas cidades rio acima, como Tabatinga e São Paulo de Olivença, o movimento das águas já é de descida.
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