quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Greve dos Correios: Trabalhadores preparados juridicamente para impedir a suspensão do contrato de trabalho

MANAUS- Ameaçados de verem descontados em seus contracheques os dias parados, os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) no Amazonas, que aderiram à paralisação nacional deflagrada no último dia 17, anunciaram nesta quarta-feira (25) que estão preparados juridicamente para impedir a suspensão do contrato de trabalho.

O anúncio vem como resposta à carta aberta divulgada pela direção dos Correios, na qual a empresa alega que a legislação prevê que a greve implica sim em uma suspensão temporária do contrato de trabalho, embora os Correios não tenham definido o momento em que os descontos serão efetuados.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Amazonas (Sintect-AM), Carlos Clay, a ‘queda de braço’ contra a empresa está sendo definida pelo terceiro ano consecutivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Ele explicou que apenas o tribunal pode determinar o desconto dos dias parados antes do julgamento do dissídio, ainda sem data definida.

“Se a empresa quiser descontar, se adiantando à decisão do TST, estamos preparados para tomar medidas cabíveis. Nossa campanha salarial ainda não se encerrou e segue até a definição em julgado. Nossos direitos estão assegurados pela constituição e seguimos mantendo o mínimo de trabalhadores para evitar a paralisação do sistema”, disse.

Clay reafirmou a meta mínima definida pelos trabalhadores em assembleia geral de obter 15% de ganho real, reposição da inflação de 7,13% mais os 20% das perdas salariais, o que resultaria, por exemplo, em um salto dos atuais R$ 1.004 para R$ 2.860 na faixa salarial dos carteiros.

Questionado se os trabalhadores estavam abertos a uma contraproposta abaixo do percentual definido como ganho real, o sindicalista afirmou que a reivindicação foi acertada em comum acordo com outros sindicatos da categoria do restante do país, o que impede qualquer mudança sem antes se consultar aos trabalhadores que vão referendar a contraproposta.

“Nosso atual salário é uma vergonha. Mesmo se a ECT acenar para um ganho real de 10% ainda teremos que apresentar esse valor aos trabalhadores em greve. A empresa aposta que vai nos derrotar no parecer final do tribunal. A gente está pagando pra ver, pois o que pedimos é justo para a categoria”, assegurou Clay, ao lembrar que na próxima sexta-feira (27), às 10h, o Sintect-AM fará uma passeata de protesto na avenida Eduardo Ribeiro, Centro, juntamente com o sindicato dos bancários, saindo da Praça do Congresso até a Praça da Matriz. Funcionários de oito bancos, inclusive privados, já confirmaram presença.

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