quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Vereador pede intervenção do Estado na reforma do Mercado Adolpho Lisboa

Sem reforma desde 1902, o Mercado Adolpho Lisboa vem passando por vários obstáculos há dois anos para receber obras de restauração e revitalização. Em abril 2007, a troca da cerâmica do mercado causou o embargo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Seis meses depois de solucionado o problema com a prefeitura, a empresa contratada para realizar a obra, Construtora Bioverde, afirmou que não ia retomar os serviços, porque teve prejuízos durante o período que a construção esteve parada. O impasse foi parar na Justiça.

Atualmente, o mercado está em ruínas com risco de desabamento e os seus permissionários comercializam verduras, frutas e peixes nas calçadas aos arredores do mercado sem nenhuma higiene e sem condições de segurança. Para tentar resolver de uma vez por todas o impase, o vereador Hissa Abrahão (PPS) protocolou, hoje, uma indicação na qual ele pede a intervenção do Governo do Amazonas na reforma e revitalização do Mercado Municipal Adolfo Lisboa.

Para pedir a intervenção do Estado na obra, o parlamentar tomou como base o Artigo 216 da Constituição Federal, onde prevê que a conservação de edifícios tombados pelo Patrimônio Histórico Brasileiro (que é o caso do Mercado Adolpho Lisboa) é de responsabilidade de todas as esferas de governo (municipal, estadual e federal). “Não podemos deixar o nosso mercado municipal terminar em ruínas. Alguma providência precisa ser tomada e por isso faço o apelo ao Estado que intervenha nessa obra”, afirmou Hissa Abrahão, hoje, durante seu discurso na tribuna da Câmara Municipal de Manaus (CMM).

‘Monumenta’

As obras de reforma, restauração e revitalização do Mercado Municipal Adolpho Lisboa começaram em março de 2007 e fazem parte do programa do Governo Federal MONUMENTA, que visa recuperar prédios históricos do Brasil. Manaus foi à única cidade do País a não ter nenhum dos edifícios históricos recuperados pelo programa.

Em 2007, a empresa contrata para o serviço no mercado, Construtora Bioverde, chegou a receber da prefeitura R$ 1,2 milhão dos R$ 5,2 milhões orçados para a obra no Adolpho Lisboa. O valor pago à empresa foi financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Em julho deste ano, o subsecretário municipal de Cultura (Semc), Renato Seyssel, afirmou que a prefeitura vai tentar recuperar, por via judicial, o dinheiro pago a Bioverde pelas obras não realizadas no mercado. Ele disse, também, que ia chamar a empresa para conversar sobre os impasses da obra. Contudo, a perspectiva da Semc é entregar o Adolpho Lisboa reformado em 2011.

O mercado municipal, localizado no Centro de Manaus, foi o segundo a ser construído no Brasil. Instalado de frente para o rio Negro, em estilo ‘art nouveau’, foi oficialmente inaugurado em 1882. Em 1902 sofreu sua primeira reforma e depois daí, o prédio não recebeu outra restauração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário