A relação entre Flamengo e Consórcio Maracanã parece ter azedado de vez. Depois de algumas críticas por parte do Rubro-negro com relação aos altos custos das partidas no estádio e concessões feitas pela administradora, a diretoria do Mais Querido agendou reunião com o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho. Em pauta, a retirada da concessionária do controle do Maior do Mundo.
O motivo da insatisfação do Flamengo explica-se no borderô do duelo contra o Cruzeiro, na última quarta-feira. Válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil, o jogo teve público de 53.538 presentes, recorde do novo Maracanã, e renda de R$ 2.266.070,00. Contudo, somente R$ 734.623,15 foram para os cofres da Gávea (penhora de mais de R$ 100 mil reduziram ainda mais tal valor).
Indignado com tal situação, o Rubro-negro, que vem mandando seus jogos no estádio Mané Garrincha, em Brasília, objetiva que o controle sobre o Maracanã passa para as mãos dos clubes cariocas, algo que lhes foi vedado durante o processo de licitação, no início do ano.
Também convocado para a reunião, o Fluminense, clube que vem tendo relação bem mais amigável com a Maracanã SA, inclusive assinando acordo por 35 anos, colocou-se contra a iniciativa rubro-negra. Em sua conta no Twitter, o gerente de arenas do Tricolor, Carlos Eduardo Moura, classificou a proposta do Flamengo de "megalomania" e afirmou que o arquirrival acredita "que o estádio é dele".
Enquanto os clubes debatem a saída da Maracanã SA - a reunião ainda não tem data confirmada -, a própria concessão do estádio segue em suspenso. Recentemente, o Governo do Estado cancelou as demolições do parque aquático Julio Delamare e do estádio de atletismo Célio de Barros, o que desagradou o Consórcio, que ainda estuda a viabilidade de seguir à frente do complexo com tais alterações.
Confira a nota oficial do clube:
O Flamengo, depois da espetacular participação da nação rubro-negra no jogo desta quarta-feira, contra o Cruzeiro, espera que a Odebrecht tenha se convencido da importância em ter a maior e melhor torcida do mundo no Maracanã.
A torcida do Flamengo valoriza o Maracanã. Ela é a alma do estádio e faz dele o mais lindo e vibrante do Brasil. Sem o Flamengo, o novo Maracanã se torna apenas uma arena importante, como outras que já existem.
Por esta razão, não se pode admitir que o modelo de administração do Maracanã seja tão prejudicial ao Flamengo. Abaixo, os fatos que aprendemos, fruto de nossa experiência recente:
- No jogo do dia 28/08 contra o Cruzeiro, a renda líquida do clube foi de R$734.000 para uma renda bruta de R$2.200.000. Com esta mesma renda bruta, o Corinthians no Pacaembu teria uma receita líquida de R$1.650.000.
- Esta mesma comparação feita para qualquer outra arena/estádio no Brasil comprovará que no Maracanã o Flamengo trará para seus cofres menos da metade do que seus adversários de outros estados estarão arrecadando.
- Os custos operacionais do Maracanã são de, no mínimo, o dobro de qualquer outro estádio do Brasil, podendo chegar a até 10 vezes o custo de outros estádios capazes de receber também grandes públicos.
- O Maracanã oferece um péssimo serviço tanto na venda de ingressos quanto na operação de acesso, onde as catracas não estão dimensionadas para o alto fluxo de ingresso de torcedores próximo a hora de início da partida.
- Consequência: longas filas, impossibilidade do controle eletrônico do acesso, riscos de evasão de renda, superlotação e descontrole da arrecadação, falta de contagem dos giros de catraca, impossibilidade de saber a relação entre os ingressos vendidos e o número de pessoas que entraram no estádio.
O Flamengo deseja construir uma relação justa e parceira com quem quer que esteja administrando o Maracanã. Uma relação que permita, além de bons resultados financeiros para ambas as partes, a enorme alegria dos 40 milhões de apaixonados torcedores rubro-negros.
É para isto que estamos trabalhando.
Conselho Diretor do Clube de Regatas do Flamengo
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