Segundo Leonel, uma equipe de reportagem da TV Câmara esteve na manhã da última sexta para fazer imagens do "por cima dos muros" do imóvel alugado pela Prefeitura sem processo de licitação.
O líder do prefeito Amazonino Mendes na Câmara Municipal de Manaus (CMM), o vereador Leonel Feitosa (PSDB), acusou, nesta segunda-feira (18), a TV Câmara, emissora que transmite as sessões do parlamento municipal, de ser usada como forma de "instrumento político". "A TV Câmara está sendo usada como instrumento político por pessoas com interesses em prejudicar alguns parlamentares", disse o vereador, durante discurso na tribuna do plenário.
De acordo com o Feitosa, uma equipe de reportagem da TV Câmara esteve na manhã da última sexta-feira (15) para fazer imagens "por cima dos muros" do imóvel alugado pela Prefeitura, sem processo de licitação, para servir de repartição pública.
O aluguel, no valor de R$ 18 mil mensais, foi divulgado na edição do dia 7 de abril do Diário Oficial do Município (DOM). A justificativa dada pela Prefeitura de Manaus para a contratação da residência é a falta de espaço na sede da Prefeitura, onde funcionam várias secretarias.
O imóvel, atualmente desocupado, está situado na Avenida Efigênio Sales, no bairro Aleixo (zona Centro-Sul) - uma área nobre da cidade.
Leonel Feitosa, que já foi presidente da CMM, chegou a dizer que vai protocolar requerimento pedindo a presença da equipe de reportagem, citada nominalmente por ele durante seu discurso, para que compareçam em plenário "para dar explicações" aos demais vereadores.
'Arapongagem'
Para Leonel Feitosa, a reportagem feita pela TV Câmara sobre o episódio representava caso de "arapongagem". "Não podemos permitir que esse tipo de arapongagem aconteça nesta Casa. E isso aconteceu sem que o presidente (Isaac Tayah, do PTB) esteja sabendo", disse Leonel. Isaac Tayah, que estava presente no momento do discurso, negou que tal prática esteja sendo usada e que não permitira que isso acontecesse.
"O senhor tem razão em algumas de suas colocações, mas posso garantir que hoje não existe arapongagem nesta Casa. Não há interesses, eu não tenho este tipo de interesse. Como líder, o senhor tem o direito de questionar, sim, mas estas acusações são sérias", disse o presidente da Câmara, se dirigindo ao vereador Leonel Feitosa, autor da denúncia.
Tayah anunciou ainda que sua gestão à frente da CMM é transparente e que ele mesmo tomou conhecimento de "escutas" no interior do parlamento, mas que, de acordo com ele, já não existem mais.
Corregedoria vai investigar
O vereador Wilton Lira (PTB), corregedor da Câmara, reconheceu a existência de "escutas" instaladas nos gabinetes. "Fiz parte da equipe de transição desta Casa e observei a existência de escutas nos gabinetes dos vereadores". Wilton Lira afirmou que vai abrir investigação interna.
"Como corregedor, vou pedir que seja averiguado o que aconteceu. Se houve erro, as pessoas terão que ser punidas. Questão de arapongagm é séria. Já encontramos escutas nesta Casa instaladas em outras gestões. Se preciso for, vamos acionar a polícia", disse o corregedor, o vereador Wilton Lira.
O ex-presidente da Câmara Municipal, o vereador Luiz Alberto Carijó (PSDB), rebateu as denúncias. "Eu jamais coloquei qualquer tipo de escuta nos gabinetes. Sou contra este tipo de prática, de arapongagem, por princípios. Fui transparente enquanto presidente. Jamais usei práticas escusas. Quero deixar clara essa posição. Isso é abominável", disse.
'TV Câmara faz seu papel'
O atual diretor de comunicação da Câmara, o jornalista Hiel Levy, responsável pelas atividades da TV Câmara, disse que a equipe de reportagem da emissora apenas cumpre seu papel de divulgar as atividades parlamentares e assuntos de domínio público. Ele explicou que as imagens feitas pela equipe na sexta-feira devem constar em reportagem que ainda nem foi ao ar.
Levy disse que as imagens feitas servem como "apoio" e que podem ser usadas por outros parlamentares. Ele disse que não seria ético por parte da TV Câmara apenas usar imagens feitas por outras emissoras. Hiel Levy rebateu as críticas de que a TV Câmara estaria sendo usada como instrumento político e que as equipes de reportagem fazem coberturas jornalísticas de atividades diversas, o que inclui solenidades feitas pelo poder público.
Questionado sobre se atitude do vereador Leonel Feitosa não poderia ser classificada como censura, ele respondeu que a manifestação do parlamentar é "livre" e "democrática". Ele também descartou a necessidade de que a equipe envolvida na cobertura das imagens do imóvel envolvido na polêmica seja convocada para prestar esclarecimento m plenário. "Quaisquer esclarecimentos podem ser feitos por mim", explicou.
Fonte: d24am.com/
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