segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Presidente defenderá em discurso regras contra espionagem internacional


Ela terá ainda encontro com empresários sobre investimentos no Brasil

 A presidente Dilma Rousseff chegou por volta das 7h desta segunda-feira (23) a Nova York para participar da Assembleia-Geral das Nações Unidas, onde irá fazer discurso nesta terça contra a espionagem norte-americana no Brasil. Ela passa o dia sem compromissos oficiais e deve finalizar o texto da declaração que fará na abertura do evento.

Por tradição, o presidente do Brasil sempre faz o discurso inicial da Assembleia-Geral. Esta será a terceira participação de Dilma na Assembleia-Geral da ONU desde que tomou posse em janeiro 2011. O evento, que tem sede nos Estados Unidos e reúne mais de 190 chefes de Estado, ocorre uma semana depois de a presidente cancelar viagem oficial que faria a Washington em Outubro para reuniões com o presidente norte-americano, Barack Obama.
A decisão foi tomada após o mal estar gerado com as denúncias de que a NSA, agencia de segurança norte-americana, espionou Dilma, seus assessores e também a Petrobras, segundo revelou o programa Fantástico. 


 Primeira chefe de Estado a discursar na Assembleia-Geral da ONU, a presidente deverá pedir que as ações de inteligência entre nações sejam regulamentadas pelo organismo internacional. Dilma quer a elaboração de normas específicas e limites a ações de espionagem.

A presidente deverá ainda fazer uma defesa do respeito à soberania dos países e à privacidade de correspondências na internet. 
A fala antecede o discurso de Barack Obama, que subirá à tribuna da Assembleia das Nações Unidas logo após Dilma.

Apesar de elaborar discurso com uma crítica pública às operações de inteligência dos EUA, a presidente usará parte do tempo em Nova York para assegurar a investidores norte-americanos que as relações comerciais entre os dois países não devem ser afetados.

Na quarta-feira (25), por volta de 12h30, Dilma fará discurso de encerramento em um seminário sobre possibilidades de investimento em infraestrutura no Brasil.

O evento, organizado por um banco norte-americano, terá participação de empresários estrangeiros e presença em peso da equipe econômica do governo.

De acordo com o Itamaraty, o ministro de Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, terá uma reunião bilateral nesta semana com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, para tratar do tema da espionagem e de questões comerciais.

Segundo assessores, na reunião com John Kerry, Luiz Alberto Figueiredo vai cobrar explicações sobre as denúncias de espionagem, mas também vai frisar que o impasse político não pode afetar a relação comercial entre os dois países.

Agenda

De acordo com o Planalto, Dilma também vai dedicar sua participação nas Nações Unidas para defender o cumprimento de compromissos firmados na Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em junho do ano passado, no Rio de Janeiro.
A conferência produziu um documento assinado pelos 188 países que participaram do evento.

 Após discursar na abertura da Assembleia-Geral da ONU, Dilma participa, às 15h de terça (24), da primeira sessão do Foro de Alto Nível de Desenvolvimento Sustentável, criado para analisar as realizações e deliberações da Rio+20.
Outro tema que terá a atenção da presidente em sua participação na reunião das Nações Unidas é o conflito na Síria. Dilma vai apresentar a posição do governo brasileiro de condenar o uso de armas de destruição em massa, mas irá destacar ser contrária ao uso da força contra o governo sírio.
De acordo com o Planalto, não estão previstas reuniões bilaterais da presidente com chefes de Estado. No final da tarde de terça (24), ela deverá se reunir com o presidente da Telefônica, Carlos Izuel. O tema do encontro ainda não foi divulgado.
Já o ministro de Relações Exteriores do Brasil terá pelo menos 10 encontros bilaterais com chanceleres de outros países. Além de conversar com John Kerry, Luiz Alberto Figueiredo se reunirá com ministros de potências emergentes, como China, Índia, Rússia e África do Sul.


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