As obras da Ponte Sobre o rio Negro orçada em mais de R$ 1 bilhão, devem ser inauguradas até julho deste ano. A previsão é para que a ponte comece a operar a partir do segundo semestre, em meador de agosto. A informação é do secretário da Região Metropolitana de Manaus, René Levy. Quando começar a operar, pelo menos 70% das cargas dos barcos que vêm principalmente do Alto Rio Solimões serão transferidas para o porto de Manacapuru (a 68 Km de Manaus)
O anúncio foi feito durante a reunião extraordinária realizada nesta terça-feira (5) com os membros da Comissão de Gestão e Serviços Públicos (CGESP) da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). O secretário René Levy disse aos deputados que falta apenas a conclusão de dois vãos estaiados, a instalação de dois tabuleiros e a fixação de quatro aduelas, necessários para a sustentação da ponte, para a conclusão da obra.
“Esses dados só se referem às obras civis. Para a ponte entrar em operação, é necessário ainda concluir o sistema de iluminação, os pilares de proteção e também a sinalização, além do asfaltamento. Portanto, o trânsito só será liberado na área a partir do segundo semestre”, disse o secretário.
O orçamento para a construção da ponte, que inicialmente foi previsto em R$ 574 milhões em 2007, quando houve a licitação das obras, gerou muita discussão no encontro na Assembleia Legislativa. Segundo o secretário, a modificação da tecnologia de fundações – de estacas pré-moldadas, previsto no projeto básico, para estacas escavadas, já no projeto executivo, onerou em pelo menos 60% os custos do empreendimento.
De acordo com o secretário, estudos realizados por especialistas de instituições de pesquisa de renome, como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), atestaram que as fundações feitas a partir de estacas pré-moldadas não eram adequadas para o solo do Rio Negro, que é diversificado e possui irregularidades.
“Não esperávamos a necessidade de fazer grandes modificações no empreendimento por uma imperiosa questão de segurança. Não houve outra saída técnica e nos curvamos aos estudos dos especialistas”, disse o secretário René Levy ao responder a um questionamento do deputado José Ricardo sobre se os técnicos não avaliaram todas essas diversidades do solo amazonense no projeto original.
Motivado por “boatos” que condenam a segurança da ponte, o presidente da CGESP, deputado Chico Preto (PP), questionou ao secretário se realmente a obra tem condições de suportar caminhões de carga. “Isso é mais uma lenda urbana. A ponte tem estrutura para aguentar caminhões de betoneira que circulam com 45 toneladas em três eixos de espessura, 15 toneladas em cada eixo, que representa a maior capacidade permitida hoje pela legislação do país”, disse ele.
Construída pelo consórcio Rio Negro, a ponte é a segunda maior do mundo (só perde para a do rio Orenoco, na Venezuela) construída sobre um rio. Foram utilizados mais de 160 mil metros cúbicos de concreto armado (duas vezes maior o estádio do Maracanã). Desde o início da construção da obra, em 2007, foram criados mais de 3.500 empregos diretos e mais de 9 mil indiretos. A ponte vai ligar a Manaus os municípios de Iranduba, Manacapuru e Novo Airão.
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