O transporte coletivo de Manaus vive a pior crise da sua história. A instabilidade causada pela atitude do Prefeito que negou o antigo contrato de concessão e tratou a questão da tarifa de forma demagógica, aumentando e baixando a tarifa conforme as suas conveniências políticas, contribui muito para o caos atual.
Também contribui para a crise instalada a perda da autoridade do órgão fiscalizador no combate das mais variadas formas de transporte clandestino (lotações, mototaxi e até carros particulares fazendo transporte de passageiros), já que essas modalidades de transporte agem como predadores do sistema.
É nesse momento de crise que a Prefeitura realizou uma nova licitação que, de fato, não trouxe nada de novo para o sistema, já que as empresas vencedoras são exatamente as mesmas que compõem a Transmanaus, mas que deve ao menos servir para retomar a estabilidade do sistema e resgatar a capacidade de crédito das empresas para adquirir novos ônibus.
Acontece que, novos ônibus resolvem o problema em parte, são necessárias e urgentes intervenções viárias, com alargamento de ruas, construção de corredores exclusivos, instalação de sinalização inteligente, reforma e ampliação dos terminais e implantação de sistema informatizado de controle de frota, sob pena de termos ônibus novos que continuarão demorando muito e andando superlotados.
É por essa necessidade premente de realizar intervenções estruturantes que aumentem a velocidade média do nosso sistema, priorizando o transporte coletivo, ainda que isso se dê em detrimento do individual, que lamento tanto as trapalhadas e desencontros relacionados aos projetos do BRT e Monotrilho, hoje com seus recursos do COPA-PRÓ-TRANSPORTE arquivados e sem previsão de liberação.
É nesse cenário que a Prefeitura anuncia um desproporcional aumento da tarifa para R$ 2,75, sacrificando a população, pela incompetência dos gestores e ineficiência dos empresários do sistema, a sociedade precisa resistir.
Marcelo Ramos
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