De acordo com o diretor do Departamento de Limpeza da Semulsp, José Rebouças, essa quantidade só não foi maior por conta das ações da Comissão Especial de Orientação da Política de Limpeza Pública (Cedolp), que realizou atividades de conscientização nas áreas próximas aos igarapés. “As pessoas que vivem próximas aos igarapés são as que menos contribuem para a poluição dos rios. A maior quantidade dos resíduos sólidos que são levados para os igarapés pelas chuvas, é jogada nas ruas de Manaus”, explicou.
Segundo Rebouças, a programação de limpeza da Semulsp inclui atendimento a quatro igarapés por dia. Porém, na época da cheia os trabalhos ficam concentrados nas áreas onde ocorrem situações de alagamento das casas, como os igarapés da Glória, São Raimundo, Mestre Chico, do Franco e do 40. “Quando estamos na cheia, a retirada dos resíduos se torna mais fácil que na vazante, porém a quantidade é maior”, revela.
Rebouças explicou, ainda, que a Semulsp irá intensificar a remoção do lixo dos igarapés enquanto os leitos permanecem com grande volume de água. “Depois que os igarapés estão no período da vazante, a retirada do lixo é mais complicada e em alguns lugares, de difícil acesso, quase impossível”, explicou.
Todo o material que é retirado dos igarapés de Manaus é encaminhado para o aterro controlado. Esses resíduos não podem ser reaproveitados porque estão contaminados pelas águas servidas que são despejadas pelos moradores das áreas alagadas. Os resíduos são recolhidos por embarcações de pequeno porte (botes nos pontos mais estreitos dos canais), dragas e por duas balsas que transportam todo o material recolhido para o porto Trairi, no bairro Santo Antônio onde todo o lixo recolhido é colocado em caminhões caçambas e transportado para o aterro sanitário.
Conscientização
A colaboração da população na redução do descarte de resíduos sólidos nas águas dos igarapés é alvo de várias campanhas educativas e de conscientização, desenvolvidas tanto pela Semulsp quanto pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semmas).
A Semulsp trabalha por meio da Cedolp, criada sob orientação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), e os integrantes vão de casa em casa nos igarapés conversar com os moradores para ensiná-los tanto o descarte correto, quanto os danos que o lixo pode causar. O trabalho é diário.
Essa mesma comissão é responsável por organizar palestras e aulas em órgãos públicos – principalmente escolas – hotéis, condomínios, conjuntos habitacionais etc, para demonstrar a importância da coleta seletiva e reduzir a quantidade de plástico, vidro, papel/papelão e metal que são jogados no meio ambiente, quando poderiam ser reaproveitados.
Na maioria dos casos, os objetos retirados dos igarapés são de difícil decomposição: pneus demoram 600 anos; garrafas plásticas 400 anos; isopor, 80 anos; latas de alumínio não se decompõem, sacos plásticos e garrafas de vidro não têm tempo determinado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário