Comandado com mão de ferro por José Luiz Penna, o PV não ficou contente de ter sido usado como legenda de aluguel por Marina em 2010, quando a ex-senadora obteve perto de 20 milhões de votos. De sua parte, os marinheiros que deixaram a sigla com a líder ambientalista não engolem o núcleo duro da legenda.
"O PV é um partido sem democracia interna, com pouca participação da militância nas decisões", afirma Pedro Ivo, membro da executiva provisória da Rede.
"A aproximação seria interessante para o PV e para a candidatura de Marina, mas a resistência é recíproca. O campo que os dois ocupam é pequeno demais para duas candidaturas", diz o ex-deputado Fernando Gabeira (RJ).
A democracia interna de que fala Pedro Ivo também foi cobrada de Penna por Marina. Em contrapartida, os apoiadores de Penna acusaram a ex-ministra de querer dominar a sigla. A situação ficou insustentável quando a ex-senadora passou a defender abertamente a saída de Penna da presidência.
O embate terminou com a debandada de Marina e seu grupo em julho de 2011. Já naquele momento, falava-se na criação de um novo partido, que poderia se chamar Partido da Causa Ecológica. Dois anos depois, a sigla seria batizada de Rede.
Hoje o deputado federal Alfredo Sirkis (RJ), que continua no PV até a legalização da nova legenda, é um dos poucos defensores de uma aliança.
O problema da Rede é simples. Se descartar uma aliança com o PV, sobram poucos partidos com os quais poderia se unir. A agremiação sonha com PPS, PSOL e PSB e lança mão do bom desempenho de Marina nas pesquisas atualmente.
Gabeira
Ao Estado, pena diz que o PV terá candidato próprio: " No nosso personograma, o Fernando Gabeira é a primeira opção", diz. A determinação do dirigente esbarra na resistência do "presidenciável". Gabeira já disputou uma eleição nacional. Em 1989, era o mais cotado para ser candidato a vice do petista Luiz Inácio Lula da Silva na disputa presidencial, mas foi vetado por setores radicais do PT. Acabou disputando como nanico. Hoje, não demonstra entusiasmo em tentar novamente.
Apesar de dizer que não planeja disputar nenhum cargo em 2014, ele pondera que nada é irrevogável e reconhece que as manifestações de junho mudaram muito o cenário político nacional. "A evolução dos acontecimentos abriu uma chance maior de confrontar o governo. O PV precisa definir com clareza em que campo está: se é oposição ou situação."
Reservadamente, dirigentes verdes dizem que a negativa de Gabeira é apenas uma questão de timing político. Prova disso seria sua intensa agenda de viagens pelo Brasil em eventos do partido.
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