sexta-feira, 18 de março de 2011
Entrevista com o deputado Marcelo Ramos
Temos um carinho enorme por Marcelo, carinhosamente chamado de “Pato Rouco”, Marcelo ainda curumim, militava no PCdoB, vi várias vezes o mancebo segurando a saia da mamãe Vanessa para não se perder na muvuva, quando tinha bronca. Papai Eron – dava uns trancos na orelha de Ramos. Hoje, vôo, com asas próprias, defende o indefensável (governo Serafim), faz graças com comigo, um brincante. José Garcia
Marcelo Ramos Rodrigues, 37 anos, casado com Juliana Monteiro Maranhão Ramos Rodrigues, pai do Gabriel Jucá Ramos Rodrigues, 13, advogado formado pela Universidade Federal do Amazonas, pós-graduado, também pela UFAM, em direito processual civil.
BP - O senhor é um criticador das políticas públicas. Homem de boa formação política e intelectual. Por que o senhor cala-se com relação à segurança pública?
MR - Você está enganado. Nunca deixei de manifestar minha opinião crítica em relação à política de segurança pública do Governo do Estado que é ineficiente e incapaz de enfrentar o desafio de oferecer tranquilidade para o povo do Amazonas. Para confirmar isso basta você resgatar vários dos meus discursos na CMM e na campanha, alguns inclusive disponíveis no meu site (www.deputadomarceloramos.com.br) ou no meu canal no youtube (www.youtube.com/user/tvmarceloramos). Inclusive, já na ALE, fiz um duro discurso denunciando a manipulação da lotação dos concursados da polícia civil, já que muitos que deveriam ir para o interior foram lotados em Manaus, por compadrio ou pedidos de pessoas próximas ao governo.
BP - O secretário executivo de segurança Umberto Ramos, é fraco ou o sistema está podre?
MR - Meu irmão, Umberto Ramos, é um jovem brilhante e é um dos delegados federais mais respeitados do país, até hoje é o recordista em apreensão de drogas no tempo em que dirigiu a DRE (entorpecentes) da Polícia Federal, ao ponto de ser chamado para tarefa nacional de combate ao crime organizado, onde estava antes de ser secretário executivo da Secretaria de Segurança do Amazonas.
Registre-se que foi o reconhecimento ao seu trabalho que permitiu que ele, mesmo sendo irmão de um parlamentar de oposição, fosse nomeado Secretário Executivo e Secretário Interino.
Agora, é óbvio que não se revolve os problemas de um sistema ineficiente e de uma polícia mal remunerada, mal treinada e mal equipada em poucos meses, mais ainda com um governo claudicante e comprometido com estruturas corrompidas por apadrinhamentos e conchavos na composição de postos estratégicos da estrutura de segurança pública.
Vejo boa vontade do atual Governador em enfrentar o problema da segurança, mas se essa boa vontade não estiver acompanhada de coragem de enfrentar essas estruturas corrompidas e ineficientes e da decisão política de dispor de recursos para superação das dificuldades estruturais das polícias, serão apenas palavras ao vento e boas intenções - como tem sido até agora - sem qualquer efeito prático na melhoria do sistema de segurança pública e na tranquilidade tão desejada pelo povo amazonense.
BP - O seu colega de parlamento Orlando Cidade – está tiririca com a sua postura na tribuna. Isso é intimidação ou despreparo político?
MR - Já estou acostumado com essas tentativas de intimidação, sempre que faltam argumentos para contestar o mérito das denúncias que faço. Mas você bem sabe que comigo não cola!
Alguns vereadores e deputados têm dificuldade de compreender o que é decoro. Quando um parlamentar julga que criticar o governante, que ele tem dever de fiscalizar, quebra o decoro, apenas demonstra que não tem noção de que fiscalizar os atos do Executivo é da essência da atividade do Parlamento.
Portanto, penso que é um pouco de cada. Tentativa de intimidar e dificuldade de compreensão do papel do Legislativo.
BP - O senhor foi gerente do transporte coletivo no governo Serafim Corrêa. Por que é tão difícil resolver esta problemática?
MR - É realmente muito difícil, por alguns fatores e tentarei abordá-los.
Primeiro, todos, os políticos afirmam que transporte coletivo é o principal problema da cidade, no entanto, o órgão gestor do transporte coletivo sempre tem um dos menores orçamentos do município. Para 2011, por exemplo, a SMTU (antiga IMTU) tem um orçamento menor que o do Gabinete Civil e que o da Secretaria de Comunicação. Portanto, os gestores do município não transformam em orçamento a sua “preocupação” com transporte coletivo. Sem orçamento, não existem as condições para execução das obras de infraestrutura necessárias para a superação do problema.
Também somos vítimas de um sistema cartelizado no Brasil inteiro em que empresas de fora não concorrem aqui para que as daqui não concorram nos seus municípios. A licitação realizada na nossa época ainda retirou o grupo Baltazar (Cidade de Manaus, Soltur, Viman e Urbana) e trouxe às novas empresas que atuam nas zonas oeste e centro-oeste, já a atual será mais do mesmo, mantendo todas as atuais empresas do sistema, apenas com outros nomes.
Ademais, as pessoas pesam que transporte coletivo é só ônibus novo e tarifa, quando na verdade, a solução definitiva passa necessariamente por intervenções viárias e no trânsito, como a construção de corredores exclusivos e sinalização inteligente que privilegie o transporte coletivo. Nossa frota hoje tem uma velocidade média de 12 km/h e é óbvio que com essa velocidade média, ainda que o ônibus seja novo, ele continuará demorando e, se demorar, continuará passando lotado.
O mais frustrante é que já perdemos uma chance de oferecer uma solução estrutural para o problema com os recursos destinados ao Expresso que era uma boa solução para o transporte, mas foi pessimamente executada, e estamos na iminência de perder mais uma diante das trapalhadas e desencontros da Prefeitura e do Governo do Estado na execução dos projetos do monotrilho e BRT.
BP - Por fim. O governo Serafim Corrêa, nepotismo, dispensa de licitação, falta de merenda escolar! O governo Amazonino Mendes faz um plágio?
MR - Discordo que o governo do Serafim tenha sido isso. Acho até que teve o defeito da ineficiência, com a consequente lentidão para o enfrentamento dos problemas. Já o governo do Amazonino é marcado por tudo que não presta na administração pública, ineficiência, corrupção, improbidade e descompromisso com as promessas de campanha. As pessoas, como você, já estão arrependidas de terem feito essa troca (Serafim por Amazonino).
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