SP - Eike Batista parece estar no fim da linha. Ele, que dizia ter um "pacto com a natureza", acaba de avisar aos investidores que não tem petróleo em três poços do campo de Tubarão Azul: Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia. Suas ações, que já caíram mais de 90%, devem virar pó. E um calote de suas dívidas, estimadas em mais de R$ 23 bilhões, é iminente.
Às 11h06, as ações da OGX caíam 35,44%, a R$ 0,51. Acompanhe aqui.
OGX derruba planos para Tubarão Azul e cancela compras da OSX
A petroleira OGX, de Eike Batista, disse que não vai investir no aumento da produção dos poços do campo de Tubarão Azul, onde a extração pode parar em 2014, e que não é economicamente viável o desenvolvimento dos campos Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia.
Em função das mudanças de planos, a OGX decidiu interromper a construção, pela OSX, de cinco plataformas, informou a empresa em um comunicado.
Por outro lado, a OGX vai desembolsar imediatamente 449 milhões de dólares para a OSX, destinados principalmente para a construção de duas outras unidades destinadas a operar no campo de Tubarão Martelo, que continua sendo desenvolvido e onde o primeiro óleo está previsto para o fim deste ano.
A respeito dos três poços atualmente operando em Tubarão Azul, a OGX disse que "não existe, no momento, tecnologia capaz de viabilizar economicamente qualquer investimento adicional nesse campo visando aumentar o seu perfil de produção e os poços atualmente em operação poderão cessar de produzir ao longo do ano de 2014".
A petroleira disse ainda que o aluguel pelo afretamento do FPSO OSX-1, plataforma conectada ao campo de Tubarão Azul, continuará a ser pago à OSX.
E abaixo a íntegra do comunicado:
FATO RELEVANTE
SUSPENSÃO DO DESENVOLVIMENTO DOS CAMPOS DE TUBARÃO TIGRE, TUBARÃO GATO E TUBARÃO AREIA E ADEQUAÇÃO DO AFRETAMENTO DE UNIDADES DE PRODUÇÃO
Rio de Janeiro, 01 de julho de 2013 - A OGX Petróleo e Gás Participações S.A. ("OGX") (Bovespa: OGXP3; OTC: OGXPY.PK), empresa brasileira de óleo e gás natural responsável pela maior campanha exploratória privada no Brasil, comunica ao mercado que:
1. A Companhia concluiu uma análise detalhada do comportamento de cada um dos três poços de produção do Campo de Tubarão Azul desde o início de produção até a presente data. O resultado dessa análise foi no sentido de que (i) não existe, no momento, tecnologia capaz de viabilizar economicamente qualquer investimento adicional nesse Campo visando aumentar o seu perfil de produção e (ii) os poços atualmente em operação poderão cessar de produzir ao longo do ano de 2014. O aluguel pelo afretamento do FPSO OSX-1, plataforma conectada ao Campo de Tubarão Azul, continuará a ser pago à OSX nos termos do respectivo contrato. A Companhia submeterá a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP ("ANP") uma revisão do Plano de Desenvolvimento com base nas conclusões resultantes da referida análise.
2. O comportamento dos poços produtores de Tubarão Azul levou a Companhia a reprocessar e reinterpretar os dados geológicos e geofísicos existentes, o que permitiu a construção de novo modelo de reservatório, onde ficou evidente a intensa compartimentalização e descontinuidade desses reservatórios, o que compromete a produtividade dos mesmos. Dessa forma, a Companhia concluiu que não existe, no momento, tecnologia capaz de tornar economicamente viável o desenvolvimento dos campos de Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia. Diante desse fato, a Companhia submeterá à ANP requerimento no sentido de suspender o desenvolvimento dos campos acima indicados nos termos da cláusula 7.5 do respectivo Contrato de Concessão. O aluguel pelo afretamento do FPSO OSX-2, plataforma que seria utilizada nesse desenvolvimento, será pago a OSX nos termos do respectivo contrato a partir de janeiro de 2014 e até que essa unidade seja vendida ou destinada a outro local.
3. Pelos mesmos motivos acima expostos, a Companhia decidiu interromper a construção pela OSX das seguintes unidades de produção: FPSO OSX-4, FPSO OSX-5, além da WHP-1, WHP-3 e WHP-4.
4. O Campo de Tubarão Martelo continuará a ser desenvolvido normalmente, com primeiro óleo previsto para o 4º trimestre de 2013, conforme cronograma já divulgado. As unidades FPSO OSX-3 e WHP-2 que serão instaladas nesse campo terão o prazo do contrato de afretamento ajustado de forma a dar para a OGX o direito de terminar os contratos sem ônus a partir do 13º e 12º anos, respectivamente. Tal modificação do contrato de afretamento do FPSO OSX-3 somente entrará em vigor após a amortização total pela OSX do financiamento contraído pela mesma para construção da unidade, previsto para 2015.
5. Em função dos eventos acima informados, as partes celebraram um acordo pelo qual a OGX terá um desembolso imediato de caixa para a OSX no valor aproximado de US$449 milhões. Pelo acordo, aproximadamente 70% desse montante será empregado no pagamento de custos de construção do FPSO OSX-3 e WHP-2.
6. Por último, a Companhia informa que não devem mais ser consideradas válidas as projeções anteriormente divulgadas, inclusive as que dizem respeito a suas metas de produção.
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