“Os suspeitos estavam próximos a um local de pescaria e com a luz do barco acesa. Quando nos aproximamos, eles apagaram a luz. Chegando lá, encontramos só os botos. Tinha uns pescadores também, mas os donos do barco haviam fugido”, disse o prefeito.
A polícia suspeita que o barco foi escondido em um dos lagos próximos às comunidades da região. O chefe da polícia do município, Mário Lima, informou que o dono da embarcação havia prestado depoimento à polícia, porém não foi detido, uma vez que já tinha passado o tempo de flagrante.
“Não tinha como trazer o barco no momento do flagrante porque nosso efetivo é muito pequeno. Era perigoso deixar alguém lá na embarcação. Então, foi dada voz de prisão e os documentos do dono do barco foram apreendidos. Infelizmente, recebemos muitas denúncias de pesca predatória de botos na região de Tapauá”, afirmou Lima. Segundo o Portal G1 Amazonas, tanto o Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) como o Batalhão de Policiamento Ambiental do Amazonas não haviam recebido denúncia do crime.
A matança do peixe-boto ocorre para que o animal sirva como isca para a pesca de piracatinga, outro peixe que é vendido como douradinha nos estados da Região Norte, de acordo com a gerente do Ipaam, Sonia Canto. Ela ressalta que os donos dos estabelecimentos comerciais não devem aceitar vender o pescado.
“Os comerciantes compram por R$ 0,50 o quilo desse pescado. É quase um trabalho escravo de nossos pescadores brasileiros. A piracatinga é um peixe que se sente atraído pelo cheiro característico do boto, ocasionando a matança. Por isso, a importância de não consumir esse peixe, que é vendido como douradinha, e denunciar aos órgãos ambientais”, observou.
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