O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, deputado Ricardo Nicolau (PRP), em seu pronunciamento desta terça-feira (15), questionou os critérios que levaram o procurador do Ministério Público Federal (MPF), Edmilson Barreiros - também com assento no Ministério Público Eleitoral (MPE) -, a abrir inquérito contra ele, com base em denúncias anônimas. E desabafou que não poderá ficar omisso em relação ao assunto. O deputado afirmou que irá mover uma ação judicial para apurar a verdade dos fatos.
“Todos conhecem a trajetória de minha família. Isso é uma calúnia. Desde quando iniciei a minha vida parlamentar, não ocupei mais nenhuma função ou qualquer outro cargo na iniciativa privada ou governamental”, destacou o deputado.
Publicadas recentemente pelo jornal A Crítica, em matéria de autoria do jornalista Raphael Cortezão, hoje funcionário do MPF e também testemunha no inquérito, as denúncias nas quais está baseado o inquérito do procurador apontam que Nicolau teria conseguido a reeleição em troca de “favores” proporcionados aos eleitores pela instituição (com mais 30 anos de fundação), que administra o Hospital Samel, de propriedade da família do deputado, filho do ex-deputado e médico Fernando Nicolau.
Nicolau disse que, antes da publicação da matéria, recebeu um telefonema do jornalista Raphael Cortezão, o qual queria saber o que ele teria a dizer sobre o inquérito do procurador. Segundo o deputado, ele sequer havia sido notificado oficialmente por Edmilson Barreiros (como determina a Justiça) sobre as denúncias.
“Falei para o jornalista que não tinha conhecimento de nada. Ele queria que eu me defendesse de algo que eu nem sabia. E afirmou que tinha em mãos uma cópia do inquérito e queria ouvir a minha versão.
Como um inquérito vai primeiro para a imprensa sem antes ser endereçado ao acusado? Então, como um procurador, que representa o MPF e o MPE pode tomar uma decisão com base em uma denúncia anônima por telefone e, a partir daí, fazer um inquérito?”, questionou o presidente da Assembleia.
O deputado Ricardo Nicolau também questionou a divulgação de um vídeo sobre o suposto favorecimento de eleitores em que uma mulher aparece (sem mostrar o rosto) falando que foi beneficiada pelo deputado em troca de votos. “Dessa forma, qualquer pessoa vai fazer uma gravação e denunciar. A moça não sabia nem sequer o meu nome”, contestou o deputado. Para ele, a sociedade espera que um órgão, da relevância do representado pelo procurador, concebido pelos anseios democráticos e constitucionais, tenha critérios para instaurar um inquérito.
“Macularam minha imagem, a minha trajetória política e vou provar na Justiça que sou inocente dessas denúncias. Vou recorrer ao MPF e à Polícia Federal, estou disposto a apurar a verdade dos fatos”, afirmou o deputado. A partir de agora, Nicolau disse que dará entrada na ação até o fim desta semana e não vai mais falar sobre o assunto, pois deixará por conta da Justiça.
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