domingo, 21 de julho de 2013

Polícia Federal procura ‘médico’ que atuava sem CRM em Boca do Acre

Boca do Acre - AM: A Polícia Federal à procura de Dhavison Araújo da Rocha que exerceu a medicina de forma irregular por cinco meses nos postos de saúde e no hospital regional Maria Geny Lima. O ‘médico’, que ainda não é considerado médico pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), conseguiu trabalhar por mais de 150 dias graças ao excesso de permissividade da Secretaria Municipal de Saúde, que não teve o cuidado e nem o rigor em examinar a documentação dos profissionais que foram contratados no mês de fevereiro.

Novos médicos, velhos problemas

Dhavison foi apresentado à sociedade bocacrense, juntamente com uma equipe de médicos, como a revolução no atendimento da saúde em Boca do Acre. Entretanto, de lá para cá, alguns desses profissionais têm proporcionado transtornos à Semsa, com denúncias de usuários do serviço de saúde, reclamando de mau atendimento nos postos.

Por último, e mais grave, veio a notícia de que um dos profissionais fazia consultas, receitava remédios, e até chegou a realizar partos cesáreos sem o documento que o certifica a exercer a medicina. 

Semsa demora cinco meses para perceber a fraude

A própria Secretaria de Saúde percebeu a grande lambança, quando desconfiou sobre a demora de Dhavison em apresentar os documentos que faltavam, sendo que o principal era o CRM.

Segundo informações da própria Semsa, Dhavison portava os documentos do irmão Dhaves Araújo da Rocha, que é médico e atua no estado do Espírito Santo. Depois de uma viagem à Manaus, Dhavison voltou ao município de Boca do Acre com o CRM que há muito tempo vinha sendo exigido pela Secretaria. Entretanto, o chefe da pasta desconfiou e mandou investigar a procedência do documento, e foi aí que descobriu a fraude.

Questionado pelo secretário sobre as descobertas durante as investigações, Dhavison negou qualquer irregularidade, mas, diante de provas cabais, o ‘médico’ admitiu que usava o CRM do irmão. Ainda conforme Francisco Sales Pena, Dhavison garantiu que se formou em medicina e que tem CRM, mas a documentação está com restrições. 

Com todos os instrumentos irrefutáveis da conduta reprovável de Dhavison, o secretário ordenou a rescisão contratual do ‘médico’ e acionou a Polícia Federal. Os policiais federais chegaram em Boca do Acre na quinta-feira (18) para fazer a prisão do denunciado, mas o falsário já havia empreendido fuga.

Médico sem CRM sempre foi rotina em Boca do Acre

Médicos exercerem a medicina em Boca do Acre sem a devida permissão do Conselho Regional de Medicina se tornou quase uma praxe. Esse não é o primeiro caso de exercício ilegal da medicina, apesar de ter sido o único que veio à público em forma de escândalo. Em anos anteriores, uma significativa quantidade desses profissionais já trabalhou em Boca do Acre à margem da lei, com o conhecimento e a permissão dos secretários de saúde e dos prefeitos.

Fonte: Portal do Purus 

Nenhum comentário:

Postar um comentário