Américo Silva começou no Mercado Adolpho Lisboa com 17 anos de idade. Já vendeu estivas e hoje trabalha com artesanato. Antes do restauro, chegava a faturar mil reais por dia. Na feira provisória, viu o padrão de vida cair, a ponto de ter que tirar os filhos da escola particular. Hoje, esperava ansioso, a grande inauguração. "É a vida que recomeça", disse ‘seo’ Américo.
Outro que comemorou muito foi Luís Avelino. Ele não perdeu tempo. Enquanto aguardava a festa, no início da tarde, dava os últimos retoques na banca de ervas e raízes medicinais e se preparava para começar a atender o seu público, nas primeiras horas da manhã deste feriado de aniversário da cidade. “Quero voltar a trabalhar no mercado, sonho com isso. No período da feira provisória sofremos muito”, disse.
Adelaide Tanaka também faz parte dessa história. Ela começou a trabalhar no Mercado Adolpho Lisboa há 35 anos. Hoje, com 55, não esconde a felicidade de ver o mercadão ser reinaugurado. “Feliz demais, muito ansiosa. Isso aqui é a nossa raiz, da minha família. Tem pessoas aqui que estão no mercado há mais de 70 anos. Muitos já passaram e vão deixando seus filhos, netos”, declarou, emocionada.
Desde o final da tarde, uma multidão já se fazia presente no entorno do mercado onde um palco foi montado para apresentar as atrações. Crianças, adultos e idosos, de todas as zonas da cidade, comemoravam a reabertura do Mercado Adolpho Lisboa. E enquanto aguardava a chegada do prefeito Arthur Virgílio Neto e demais autoridades convidadas para participar desse momento histórico, o público cantava e dançava ao som de artistas locais.
Os primeiros a se apresentarem foram os idosos do Coral da Melhor Idade do Centro de Convivência da Aparecida. Entre canções de Roberto Carlos e o clássico de Torrinho e Aldísio Filgueira, “Porto de Lenha”, eles cantaram uma música feita especialmente para o mercadão.
“Nem acredito que estou aqui hoje fazendo parte dessa festa que também conta a minha história. Vinha aqui quando criança e agora vejo o Mercado Adolpho Lisboa ressurgir com toda sua imponência no Centro de Manaus. Esse é o melhor presente que podíamos receber”, comemorou o tenor João Bosco, de 55 anos e que há cinco faz parte do coral.
Entre as autoridades presentes, o ex-prefeito de Manaus, Serafim Correa, que iniciou o processo de restauro do mercado, disse que a reabertura “é a realização de um sonho". “Essa festa é a recompensa por uma luta de muitas pessoas, especialmente do prefeito Arthur. A Prefeitura e Manaus estão de parabéns. O sentimento é de ver Manaus e sua essência renascerem por meio do Mercado Municipal", afirmou.
Outro que também que não escondeu a emoção foi o secretário Municipal do Centro, Rafael Assayag. “Vamos fazer a história de Manaus ressurgir a partir do seu centro antigo. Vamos devolver a vida a esse espaço hoje tão hostilizado. O Relógio Municipal, a praça da Matriz, o Hotel Cassino e o Museu do Homem do Norte são alguns dos pontos históricos que serão priorizados, por determinação do prefeito Arthur Neto”, afirmou.
Para o diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Bernardo Monteiro de Paula, a programação de reabertura, com mais de 24 horas de apresentações artísticas, mostra também o compromisso da Prefeitura com a valorização da cultura local.
“A festa só termina às 19h desta quinta-feira, 24, então, convido quem não teve a oportunidade de participar da solenidade oficial que venha conhecer o mercado. Além disso, nos dias 25 e 26 teremos no Sambódromo o Boi Manaus 2013, que é a festa oficial em que a cidade comora o seu aniversário”, reforçou Bernardo.
Junior Rodrigues, Marcia Novo, Serginho Queiroz, grupo Carrapicho, entre outros, fizeram parte do grande show de som e luzes que marcou a reinauguração do Mercado Municipal e que continua por toda a madrugada e vai até o início da noite desta quinta-feira.
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